A fisioterapia neurológica tem como principal objetivo a promoção da funcionalidade do indivíduo, estimulando-o a realizar as atividades da vida diária com maior eficiência e independência. E, consequentemente, a sua reintegração social na família, no trabalho, na escola e na comunidade.

Trata-se de uma especialidade da fisioterapia que atua de forma preventiva, adaptativa ou paliativa nas sequelas resultantes de danos ao Sistema Nervoso bem como nas alterações das doenças neuromusculares.

Esta especialidade surgiu no final da década de 40, através das pesquisas de Rood, Kabat, Brunnstrom e Bobath. Os procedimentos terapêuticos neurológicos fundamentam-se em abordagens teóricas sobre como o sistema nervoso central (SNC) controla os movimentos. Para isso, são realizadas técnicas motoras e respiratórias específicas para cada paciente, respeitando a sua individualidade, as suas limitações e expectativas pessoais.

O fisioterapeuta tem a responsabilidade de avaliar o paciente, traçar um diagnóstico funcional, prescrever o tratamento, realizá-lo e inclusive definir o momento onde os objetivos foram atingidos e prescrever a sua alta.

Podem beneficiar da fisioterapia neurofuncional crianças e adultos com sequelas de diferentes complexidades em diferentes segmentos corporais tais como hemiplegias, paraplegias, cerebelopatias, disfunções vestibulares, parkinsoninsmo, polineuropatias, miopatias, doenças do neurônio motor, entre outras.

As doenças neurológicas com maior frequência são: Acidente Vascular Cerebral, Traumatismo Craniano, Esclerose Multipla, Parkingson, Alzheimer, Demência, Distrofia Muscular, Atrofia Muscular Espinhal.

É importante perceber que as síndromes resultantes dos danos do sistema nervoso diferem entre si dependendo da região atingida. Após uma lesão encefálica (cérebro) por exemplo, há perda de função dos neurônios doentes, porém, aqueles que estão ao redor da lesão acabam assumindo a função perdida. O exercício ativa cascatas celulares e moleculares que aumentam e mantém a plasticidade cerebral, induz expressão de genes associados à plasticidade, promove neurogénese e aumento da vascularização e metabolismo cerebral. Para isso, são necessários estímulos adequados que fazem parte do tratamento na fisioterapia neurológica.

“A plasticidade cerebral refere-se à capacidade do sistema nervoso para mudar a estrutura e o seu funcionamento ao longo da sua vida, como reação à diversidade do meio envolvente. Ou seja, mudanças que acontecem a diferentes níveis no sistema nervoso: estruturas moleculares, mudanças na expressão genética e comportamento.”

Devemos frisar que a atuação da fisioterapia neurológica não se limita ao tratamento das sequelas já estabelecidas, mas também desempenha ações relacionadas com a prevenção, tanto primária como secundária.

Ft. Gabrielle Brandão